Ações da Eletrobras disparam após anúncio de privatização
Alta acontece após Ministério de Minas e Energia anunciar na noite de segunda-feira a privatização da estatal
As ações da Eletrobras dispararam na Bolsa de Valores um dia após o anúncio de que o governo vai propor a privatização da estatal. Os papéis ordinários da companhia (com direito a voto) subiam 45,49% por volta das 15h15, a 20,65 reais, liderando as altas no pregão. As ações preferenciais tinham alta de 29,39%, a 23,07 reais, no mesmo horário.
O principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, o Ibovespa, avançava 2,12%, aos 70.092 pontos. As duas ações da Eletrobras fazem parte do conjunto de ações que define o índice da bolsa.
No mercado de câmbio, o dólar comercial operava em queda de 0,19%, cotado a 3,1613 reais na venda.
Na última segunda-feira, o Ministério de Minas e Energia divulgou comunicado, após o fechamento do pregão da bolsa de valores, de que o governo estuda privatizar a estatal. O objetivo é modernizar a gestão da empresa e reduzir ineficiências, que teriam gerado um prejuízo acumulado de 250 bilhões de reais, nas contas do ministério.
Assim como no caso dos demais 57 anúncios de privatizações e concessões a serem realizados nesta quarta (23/08), o caso da Eletrobras é um alerta de que, ao menos em teoria, o governo reconheceu que sua capacidade financeira para tocar os investimentos em áreas cruciais como energia e infraestrutura são limitados.
Assim como as medidas anunciadas para tentar converter o passivo de quase R$ 120 bilhões criados pela MP, o plano atual acarreta em um aumento claro de confiança, em especial a de que o governo não vai se comprometer ainda mais, elevando seu endividamento para cobrir erros passados.
Para um país onde 72% do crédito existente tem como única finalidade financiar o próprio governo e suas dívidas, a medida é um avanço, em especial de transparência e confiança para permitir uma retomada de investimentos.
Neste mesmo diapasão, a busca pela qualidade, segurança, eficiência e melhorias através da privatização também vem ocorrendo com os cartórios extrajudiciais. Com a Constituição Federal de 1988 (art. 236), os serviços notariais e registrais brasileiros se tornaram privados, havendo, desta forma, a delegação destes serviços pelo Poder Público a particulares que prestam um rigoroso concurso público.
E esse profissional, selecionado entre qualquer um do povo que preencha os requisitos legais para concorrer, deve exercer seu múnus com técnica e independência gerencial e jurídica para que garanta a segurança jurídica dos atos e negócios jurídicos havidos na sociedade. O Estado delega a ele nada menos que a fé pública. Não pode ser uma atividade exercida, portanto, por pessoas meramente indicadas privilegiadamente “por confiança” por autoridades.
Busca-se, através da privatização, melhorias na prestação de serviço, garantindo assim um trabalho mais eficiênte, com sistemas modernos, melhor atendimentos ao público, serviços mais céleres, equipamentos e estrutura mais modernas.
FONTE: Estadão Conteúdo