A operação “Paper Land” da Polícia Federal desmantelou um esquema de fraudes em financiamentos agropecuários que causou prejuízo superior a R$ 40 milhões à Caixa Econômica Federal em Goiás. Entre os investigados estão advogados, empresários e uma gerente do banco, que usavam o dinheiro ilícito para levar uma vida de luxo, adquirindo mais de 40 veículos, incluindo carros de luxo, caminhonetes, importados, moto aquática e joias. Um dos suspeitos chegou a ostentar viagens pela Europa com o dinheiro obtido fraudulentamente.
A fraude foi descoberta graças à diligência do cartório de Registro de Imóveis de Nova Crixás-GO, que recusou o registro de uma Cédula de Crédito Rural suspeita. Esse ato desencadeou uma investigação interna da Caixa, que encontrou indícios de falsificação e entregou a documentação à Polícia Federal. O Oficial do Registro de Imóveis, Dr. Jhonathan Estevam, relatou que a análise revelou inconsistências e irregularidades no documento, levando à notificação das autoridades competentes.
A operação cumpriu 18 mandados em várias cidades de Goiás, apreendendo 48 imóveis, 44 veículos e criptoativos. Dois suspeitos, um empresário e um despachante, foram presos. A organização criminosa era dividida em núcleos de gestão, operacional e “laranjas”. A gerente do banco facilitava as fraudes, que incluíam a falsificação de documentos de imóveis rurais e a superavaliação de propriedades inexistentes.
A Caixa Econômica Federal afirmou cooperar integralmente com as investigações e destacou suas políticas rigorosas de segurança. A PF informou que os crimes ocorreram entre 2022 e 2023, e as penas podem somar mais de 42 anos de prisão. A operação revelou a importância da atuação criteriosa dos cartórios na prevenção de fraudes e destacou o rigor necessário na prestação de serviços públicos para garantir a segurança jurídica.
Fonte: G1/goias